imagine-se sendo missionária, cumprindo o pratico de sua escola de inglês no Afeganistão país de numero 7 na lista de perseguição cristã, lá ao passar em uma praça próximo a uma mesquita, como turista qualquer, conversando em inglês lento, acabado de ser aprendido, onde as palavras não fluem com naturalidade, mas acontecendo. Ao parar na escada sou chamada por uma menina, afegã, com suas roupas que cobriam todo o corpo, somente os olhos expressivos podiam ser visto por mim, sua voz era doce e com um sotaque carregado, falava um inglês igual ao meu, ruim também, um que ela aprendeu na escola, por esforço próprio sabendo que talvez fosse a única falsa libertação que ela poderia encontrar naquele mundo que tanto a oprimia, seria só lendo, sobre o que mais ninguém poderia ler, sobre o que nem ela poderia ler, na grande rede, descobrindo como é o primeiro mundo e o imperialismo, imaginado como deve ser a vida lá fora, fora daquela burca que vestia.
Ela conversou comigo, conversa rápida, apresada, como se estivesse fazendo algo proibido, sua companheira (mulheres lá não podem andar sozinhas) mais observava do que participava, e isso a apressava, e me perguntava sobre tudo, de onde eu era como era, meu pais, por onde mais havia ido, sentia que tudo que era mais queria era ser eu, com minha liberdade, com meu jeans e minha maquiagem. Ela deveria ter entre seus 15 e 17 anos, e mesmo assim me convidou para um chá na sua casa, não estranhe na cultura afegã não tem nenhum problema convidar um desconhecido para algo que nos parece ser intimo. Marcamos para a tarde, durante o tempo que me vi sem ela, oramos muito pela vida dela e por o tempo que passaríamos com ela e as outra mulheres, só haveria esse sexo na casa, não se misturam muito por lá.
À tarde fomos, eu algumas amigas da escola e uma missionária local que já trabalha na JOCUM a algum tempo, decidimos não levar nenhuma estratégia pronta, afinal como a missionária da terra nos orientou, a nossa anfitrian não saia que éramos cristãs, não dava pra chegar na casa dela fazendo um culto, se alguém soubesse que éramos missionárias seriamos deportadas e elas, pobres mulheres que nos receberam tomariam muitas chibatadas. Era um risco muito grande, fomos como turistas passear na casa de uma cidadã local. Mas nossas mentes e corações se derramavam na presença do Senhor em orações por algo sobrenatural, uma pequena oportunidade teria que surgir, alguma coisa me dizia que seria passada a mensagem naquele lugar.
Conversamos, tomamos chá, nos divertimos, pra nós era tudo muito novo, tudo muito empolgante, para elas era sobrenatural, não estávamos de burca, não éramos objetos, existíamos, com sentimentos aparência e opinião, nossos conceitos iam além de toda ao coisificação que elas já passaram. Entendi que nós éramos a mensagem, como Paulo falando que éramos cartas vivas para testemunho de Deus nossa simples presença ali já era suficiente, mulheres oprimidas após nossa tarde de conversa sentiam-se mais livres, era a ação secreta de Deus ali naquele mundinho impossível.
Mas ainda me surpreenderia, ao final, falamos um pouco sobre religião, o islamismo é mas um estado imposto pelo meio do que realmente uma religião praticada por elas, movida por algo não natural me ofereci a fazer uma oração ao meu Deus, na minha língua, propositalmente, se orasse em inglês seria descoberta, elas deixaram e em bom e claro português orei, pedi pelas suas vidas, famílias, ministrei muito a Deus sobre bênçãos para elas e finalizei: - em nome de Jesus, amem. Jesus em português soou parecido com “Jesus”
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