O MEDO QUE EU TENHO





Estive pensando sobre isso esses dias, pensando sobre aquilo que me aflige à noite, aquilo que vem para me tirar o sono, qual é o meu temor? E eu pensei em varias variáveis, porem nenhuma delas me trouxe convicção, descobri que eu não tenho medo da morte, pois afinal quando ela chegar eu vou pra casa, a vida também nunca me assustou, se fosse assim eu já a teria tirado de mim, mesmo sabendo que ela não me pertence. Posso ter medo das pessoas que me cercam, mas quando eu não permito que elas me cerquem eu não preciso ter medo, todas as pessoas são inofensiveis quando não me envolvo com elas, quando não as amo.

Mas será se é verdade, será se sou realmente desprovido de medo? Será se desconheço a antítese da coragem, e de onde vem essa minha força, onde se baseia meu sentimento seguro, será que não existe nada diante de min que mereça ser temido? Como encontrar o meu temor? Será que terei que experimenta-lo, me decepcionar, ter uma experiência frustrante, experimentar um aperitivo ruim, para descobrir que não quero mais isso? Talvez sim, talvez eu nunca aprenda sobre medo com as experiências dos outros, como uma criança nunca aprende a caminhar com as quedas das outras, talvez eu precise da minha própria queda, do meu próprio tombo que me ensine sobre o medo sobre a vida, e vai mostrar que eu realmente tenho coragem porque tentei dar o meu próximo passo apesar das quedas.


E Deus, onde fica com toda essa historia de medo? O que ele pensa como ele queria que eu agisse, ele me dotou com esse sentimento, porem disse que ele é o amor, e na sua palavra está escrito que o verdadeiro amor lança fora todo o medo, e diz também que aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor (1 Jo 4:18) então como são essas coisas, como Deus me dá um sentimento que se eu usa-lo anulo a Ele? Na verdade entendi que o medo em si mesmo é desnecessário, esse medo que nos impede de caminhar, que nos faz ficar debaixo do lençol, que nos impele aquele grito desesperado por mãe, tudo isso diante de Deus é realmente desnecessário, inútil, e anulamos a Deus realmente quando o sentimos.


Existe um medo que é necessário, e suas características não incluem sustos em que nosso coração fica disparado e nossos nervos à flor da pele, é um medo que segue um caminho oposto, um medo que é o espelho para que a coragem exista, sabe aquela frase: levante-se pra cair de novo, eu tenho medo da minha próxima queda, porem tenho a consciência de que só posso vivê-la se estiver de pé, e desse tipo de medo que precisamos, e sempre devemos senti-lo, um medo motivador, aquele gostoso frio na barriga que dar ao pensar: eu não sei se vai dar certo, mas eu vou fazer para que dê, esse sentimento alegra Deus, essa disposição que nos leva a uma ação mesmo, essa motivação de fazer pra dar certo mesmo tudo dentro gritando que vai dar errado, é isso que Deus honra, e esse tipo de medo o amor mantém, por que é moderação, é motivação, talvez só por causa dele as nossas ações são pensadas, e somos um pouco conseqüente nas nossas atitudes.