O Grandre Resultado (parte 1)


Bem, como era de se esperar tenho muitas notícias sobre a minha viagem a Cuba. Pra resumir a viagem foi um sucesso.

Alcançamos todos os objetivos que tínhamos com ela e ainda superamos.

Para não ficar muito cansativo ou maçante a leitura desse grande relatório, decidi dividir em algumas partes.

Antes de mais nada esqueça tudo o que você conhece sobre Cuba. Se tem uma coisa que descobri no período em que passei por lá é que tudo o que sabemos sobre Cuba no Brasil é mentira!

Nessa primeira parte vou contar um pouco de como foram os primeiros dias em Cuba.

A primeira semana passamos toda em Havana. Para o governo cubano autorizar que estrangeiros (em especial missionários) sejam hospedados em igrejas ou em casas dos irmãos é necessário um visto especial: o “visto religioso”.

Veja abaixo os prós e contras de se ter um visto religioso:
Prós:
-O visto concede autorização para seu portador pregar abertamente em igrejas;
-É permitido que seu portador seja hospedado em igrejas ou em casas de cubanos;
Contras:
-Para se conseguir o visto religioso é necessário um convite de um pastor cubano onde o mesmo deve pagar uma quantia de 85 dólares ao governo (só pra ter noção, o salário máximo que um cubano pode ter é equivalente a 20 dólares);
-É necessário entregar todo o cronograma do missionário por escrito ao governo que por sua vez estará sempre vigiando.

No fim das contas ir como turista foi mais arriscado porém nos trouxe mais liberdade porque aos olhos do governo éramos apenas turistas e não chamávamos muita atenção ao passo que se tivéssemos ido como missionários o governo cubano iria seguir cada passo nosso.

Em nossa semana em Havana ficamos em uma pensão própria para turistas e tudo nos conformes das leis cubanas porque não queríamos arriscar logo de cara sem conhecer o território.

Durante essa semana fizemos contatos com alguns pastores e igrejas cubanas em Havana o que fez cair por terra a mentira de que não encontraríamos igrejas em Cuba. Não acreditem no sensacionalismo feito aqui que diz que não há igrejas em Cuba e as poucas que há são extremamente perseguidas.

Não é bem assim, há muitas igrejas em cuba. As maiores denominações de lá são: Batista, Assembléia de Deus e Metodista.

A perseguição por lá é a seguinte: não se pode gerar um inconformismo contra o governo. Eles não podem pregar abertamente nas ruas e praças fazendo eventos evangelísticos como fazemos por aqui mas o evangelismo pessoal feito na conversa informal não é proibido e ainda em situações especiais onde se conseguem algumas autorizações do governo é possível até fazer alguns poucos evangelismos abertos como os que estamos acostumados aqui.

A lei cubana é clara e há muitos policiais fiscalizando e cuidando para que a lei seja seguida porém com um pouco de estratégia é possível fazer vários evangelismos sem ser notado pelos policias ou autoridades cubanas.

Por questão de segurança não vou citar aqui o nome das igrejas que estivemos, o nome dos pastores com quem conversamos e também tomarei o cuidado de não postar nenhuma foto aqui que inclua algum dos pastores ou igrejas com os quais nos envolvemos.

Algo curioso em Cuba é sem dúvida a paixão coletiva pelo Baseball (assim como no Brasil temos a paixão coletiva pelo futebol). Não se falava em outra coisa e não se via as crianças nas ruas brincando de outra coisa. Isso realmente está muito presente em Cuba.

Nessa primeira semana em Havana conseguimos contatos o suficiente para conhecer muito da realidade local.

O governo proíbe a abertura de novas denominações em Cuba e de qualquer nova ONG (isso inclui as agências missionárias) desde a revolução de 50 anos atrás.

O que já existia de ONGS e igrejas foi preservado e reconhecido pelo atual governo.

A essas ONGS e igrejas foi permitido o crescimento e expansão em território cubano.

Nessa primeira semana pudemos ver claramente algumas verdades e algumas mentiras sobre Cuba. Pudemos fazer contatos o suficiente para futuramente enviarmos equipes de missionário para servir e ajudar nossos irmãos cubanos que sempre que tinham oportunidade de conversar conosco nos pediam que divulgássemos a situação cubana para que os irmãos brasileiros pudessem orar também.
Lucas Mota

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